quarta-feira, 26 de setembro de 2012

LONGA JORNADA com a FEB na Itália – Fornovo Di Taro

Alcides Basso diz que, ao chegarem a Tortona, pequena cidade que, aparentemente, havia sido menos avariada na guerra, os brasileiros ficaram acampados por dois dias. De lá, após receberem nova missão, retomaram a marcha até Fornovo di Taro. Após passarem a noite de 28 de abril protegidos, ao amanhecer, progrediram cerca de três quilômetros e chegaram próximo ao local onde os comandantes brasileiros e alemães estavam negociando a rendição da 148ª Divisão de Infantaria e remanescentes das 90ª Divisão Panzer Granadier e Bersaglieri Itália para a FEB. Acamparam e pernoitaram no local, fazendo segurança aproximada. O cenário da rendição alemã No dia seguinte, os alemães começaram a entregar armamento, carros, motos, bicicletas e até cavalos. Eram quase 15.000 homens, milhares de animais, viaturas e armamento. “Estávamos de um lado da estrada e os alemães do outro. Largamos as armas e atravessamos a estrada que nos separava. A guerra havia acabado e, se havia acabado a guerra, não mais havia inimigos. Uns falando um pouco em polonês, outros em alemão, acabávamos nos entendendo. Consegui trocar comida e cigarros por uma Parabelum alemã e uma Beretta italiana. Os soldados alemães trocavam qualquer coisa por comida, pois estavam com fome. Além disso, para eles, a arma não serviria para mais nada, e, de qualquer modo, teriam de entregá-la. Pelo menos matavam a fome. Tenho o privilégio e o orgulho de dizer que fiquei ali, de frente para eles, quando se renderam”, conclui Alcides Basso. Cumprida a missão em Fornovo, os contingentes da FEB prosseguiram para o norte, em perseguição às tropas alemãs, e ocuparam a região de Alessandria. Depois de passarem pela cidade de Turim, as tropas brasileiras realizaram a junção com as tropas francesas, em Susa. A missão estava quase cumprida. Os alemães haviam se rendido. Entretanto, até 3 de junho de 1945, a FEB realizou ações de manutenção de paz e segurança das áreas ocupadas. Pedro Vidal, depois de permanecer grande parte do tempo no Depósito de Pessoal, seguiu para o norte, integrado ao 11º RI, já no período de ocupação do terreno. “Não participei de nenhum grande combate, mas de algumas patrulhas isoladas, sim. Nessas ações, a maior responsabilidade era do ‘sargentão’, comandante da patrulha. No terreno ainda havia alguns tedescos e, não raras vezes, ocorriam escaramuças. Por isso, os deslocamentos exigiam disciplina e atenção total. Pelo desempenho nas patrulhas, vi vários companheiros serem promovidos. Saíam para a patrulha como cabos ou soldados e, dependendo da relevância e da complexidade da missão, ao retornarem, eram promovidos por ato de bravura”. Observação: Ao encerrar os capítulos intitulados “Ações em Combate”, é importante salientar que, por ter sido baseado em depoimentos de veteranos que efetivamente participaram dos combates, “Longa Jornada” não menciona passagens destacadas da FEB na Itália, como Monte Castelo e Castelnuovo, entre outros. Na edição ampliada, a ser lançada em 2013, esses combates terão especial atenção. Foto: Oficiais da 148ª Divisão de Infantaria (Acervo de Wanda Reis Pedroso)

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